Também conhecido como pé chato, esta condição ocorre quando o pé do paciente possui uma diminuição do arco plantar medial (aquela curva existente no pé), gerando uma área de contato maior do pé com o chão.
Em 95% dos casos, não conseguimos identificar a causa exata do pé plano.
No entanto, devemos ressaltar que esta condição é bastante comum em crianças, já que o arco plantar começa a se desenvolver naturalmente a partir dos 2 anos e pode ocorrer até por volta dos 10 anos de idade.
Para se ter uma ideia, o pé plano pode acontecer em até 97% das crianças com até 2 anos, 54% das crianças com até 3 anos, 26% das crianças com até 6 anos e 4% das crianças com até 10 anos.
Além disso, precisamos lembrar que existem 2 tipos de pé plano: o flexível e o rígido.
O pé plano flexível é o mais comum entre as crianças e ocorre quando o paciente apresenta o arco plantar quando o pé não estiver com carga, mas a curvatura se perde quando ele pisa no chão.
Já no pé plano rígido é aquele que mantém a perda do arco independente da carga e, normalmente, está relacionado a algum problema, como a
coalização tarsal ou a doença neuromuscular.
Existem alguns fatores de risco para a ocorrência do pé plano infantil, por exemplo:
Iniciamos a avaliação em consultório com exame físico. Então, observamos o paciente da vista anterior, lateral, medial e posterior.
Além disso, observamos o alinhamento da parte de trás do pés, o arco plantar medial e a deformidade do mediopé e antepé.
Ao avaliar o paciente na visão posterior, pedimos que ele fique nas pontas de ambos os pés e depois na ponta de somente um dos pés. Neste momento, estamos avaliando a flexibilidade da articulação subtalar.
É importante também avaliar o paciente com carga em somente um dos pés, pois o apoio em um pé só remete ao momento da deambulação, ou seja, o momento quando o paciente caminha.
Será preciso verificar também o alongamento da cadeia de posteriores com o teste de Silverkiold. Muito importante avaliar se há um quadro de dor, bem como o grau de rotação do membro inferior.
Após o exame físico completo, dividimos os pacientes em dois grupos: aqueles com pé plano rígido e com pé plano flexível. Além disso, os dividimos também em pé plano doloso ou não.
Para os pacientes com pé plano rígido, precisaremos fazer uma investigação mais aprofundada com exames de imagem e estes são casos que podem demandar um tratamento cirúrgico.
A decisão de tratamento é baseada nos sintomas do paciente e nos achados do exame físico.
Assim, para os pacientes com pé plano flexível sem dor, não existem evidências de que fazer intervenções altere o curso do desenvolvimento do pé plano.
Já os pacientes com pé plano flexível com dor, o tratamento será necessário e poderá ser conservador ou cirúrgico, a depender de cada caso.
No geral, a criança relata dor relacionada às atividades físicas, fadiga da musculatura, além de apresentar calosidade na região medial e desgaste rápido do sapato.
Pode também apresentar entorses do tornozelo de repetição ao utilizar palmilhas com apoio para arco medial.
Então, o tratamento conservador poderá contemplar:
Vale ressaltar que, caso o paciente apresenta encurtamento de cadeia posterior, o uso de órteses pode piorar a dor.
Caso o tratamento conservador não seja suficiente, poderemos indicar o tratamento cirúrgico que irá englobar uma série de técnicas, por exemplo, a reconstrução de partes moles (transferência de tendão e/ou alongamento do tendão de Aquiles), osteotomias para realinhamento, artrorrise e artrodeses.
A inversão do retropé gera a rigidez necessária para a fase de propulsão do pé.
Nos casos de pé plano flexível com encurtamento de cadeia posterior, esta inversão pode ser insuficiente, não gerando a rigidez necessária no retropé para a fase da propulsão. Dessa forma, há dor na musculatura da perna e dos pés.
Como vimos, o pé plano infantil é uma condição que exige acompanhamento médico especializado para que os devidos tratamentos sejam adotados.
Assim, se você notou alguma alteração nos pés do seu filho, não deixe de procurar um
ortopedista especialista em pé!
Faça as pazes com seu pé!
Dr. Ivan acredita que atuar de forma profissional e estabelecer uma boa relação com o paciente são condições essenciais para promover um ambiente humano e favorável à melhoria das condições de saúde. Dedica-se com muito cuidado a realização de diagnósticos de modo a fazer a indicação adequada dos procedimentos necessários.
DR. IVAN GIAROLA
Médico Cirurgião, Ortopedista e Traumatologista Especialista em Pé e Tornozelo Formado pela USP.
CLÍNICA ATLAS
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