Isso ocorre pela falta de segmentação de dois ou mais ossos no pé durante a fase embrionária. O paciente terá essa condição desde seu nascimento, porém apresentará sintomas somente no decorrer da vida, muitas vezes coincidindo com a fase do "estirão" ou inicio de atividades físicas de impacto.
Esta condição foi inicialmente descrita por Buffon em 1789 e, dependendo da natureza do tecido que conecta os ossos (que pode mudar durante o crescimento), pode ser descrita como:
Apesar da coalizão estar presente desde o nascimento, a calcificação da barra só ocorre ao longo dos anos.
Raio X da barra óssea
Ressonância magnética da barra óssea
A prevalência desta alteração está entre 3 a 11 % das crianças, sendo que ocorre em ambos os pés em até 50% dos casos. Possui um componente genético ao qual, normalmente, os pais das crianças possuem a barra óssea mas não possuem sintomas.
Além disso, a coalizão tarsal pode ocorrer isolada, mas pode ser parte de uma síndrome de múltiplas malformações como: hemimielia fibular, fêmur curto congênito e deficiência focal do fêmur.
Em 90% dos casos, a coalizão conecta o osso tálus no calcâneo ou o calcâneo no osso navicular e, nestes casos, ela causa uma rigidez da articulação subtalar (articulação próxima ao calcanhar).
Isso porque, essa conexão anormal evita o deslizamento natural desta articulação impedindo o movimento de inversão e eversão do retropé. Com isso, podemos ter deformidades, como o pé cavo ou o pé plano.
Além disso, o bloqueio da articulação causa uma sobrecarga nas articulações vizinhas, gerando uma sobrecarga exagerada e deformidades ósseas ao longo do crescimento da criança.
A barra tálus-calcâneo é uma das causas de pé plano rígido.
Os pacientes apresentam queixas de dor durante as atividades físicas, que melhora com repouso. Inclusive, a dor é a causa da busca da família por um atendimento médico.
Suspeitamos deste diagnóstico durante o exame físico do paciente. Isso porque, ele irá apresentar uma rigidez da articulação subtalar e, normalmente, terá um pé plano rígido.
E como fazemos para diferenciar o pé plano rígido e o flexível?
O pé plano é a perda do arco plantar na região medial do pé. No caso de pé plano flexível, o paciente irá apresentar o arco plantar quando o pé não estiver com carga e irá perder quando pisar no chão.
Já no pé plano rígido, ele manterá a perda do arco independente da carga.
Além disso, existem outros testes para avaliar esta alteração durante o exame físico que fazemos no consultório.
O tratamento inicial se baseia nas mudanças de atividades, mudança de sapatos e fisioterapia por até 6 meses.
No entanto, caso haja a falha neste tratamento, pensamos no tratamento cirúrgico que pode incluir desde a ressecção da barra até a fusão dos ossos ( artrodese).
O mais importante será procurar um médico especialista assim que o paciente sentir dor no pé e tiver alterações nas funções deste membro.
Somente assim poderemos fazer um diagnóstico preciso e iniciar o tratamento adequado!
Faça as pazes com seu pé!
Dr. Ivan acredita que atuar de forma profissional e estabelecer uma boa relação com o paciente são condições essenciais para promover um ambiente humano e favorável à melhoria das condições de saúde. Dedica-se com muito cuidado a realização de diagnósticos de modo a fazer a indicação adequada dos procedimentos necessários.
DR. IVAN GIAROLA
Médico Cirurgião, Ortopedista e Traumatologista Especialista em Pé e Tornozelo Formado pela USP.
CLÍNICA ATLAS
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