Muitas são as dúvidas em relação aos tênis de corrida. Qual o melhor modelo? Quantos tênis devo ter?
Já escrevi um artigo falando sobre a quantidade de tênis que uma pessoa deve ter em função da frequência de treinamento e você poderá ler mais sobre o assunto no Blog.
Hoje vamos aprofundar sobre os tênis minimalistas, ainda desconhecidos por muitos.
O tênis minimalista é um estilo de calçado que tenta simular a biomecânica do andar descalço.Para atingir tal finalidade ele possui algumas características marcantes. Baixo peso, drop ( diferença entre a altura da frente com a de trás do tênis) pequeno, flexibilidade longitudinal, flexibilidade torcional e presença de tecnologias (poste medial com material termoplástico, elevação do arco medial , entre outras).
Acredita-se que, dessa forma, ele traga alguns benefícios, por exemplo:
No entanto, é preciso saber a frequência de uso deste tênis para evitar as lesões relacionadas ao seu uso.
O tênis minimalista realmente melhora a performance? Ele causa lesões?
Para responder essas perguntas, fiz um levantamento bibliográfico e vou trazer os resultados.
O primeiro ponto é que este modelo de calçado, de fato, proporciona o aumento da massa muscular da panturrilha ( músculo gastrocnêmio e solear) e da musculatura intrínseca do pé (foot core).
No geral, o fortalecimento destas musculaturas está associado a maior prevenção de algumas patologias do pé e uma melhora da qualidade de vida do atleta.
No entanto, isso não quer dizer que o corredor deve trocar seu tênis normal por este modelo em todos seus treinos.
Isso porque, apesar de trazer alguns benefícios, o tênis minimalista foi também associado a um aumento de diversas lesões, se utilizado indevidamente.
No geral, ele pode gerar metatarsalgia ( dor na parte anterior do pé) ,edemas na cabeça do metatarso, fraturas por estresse no pé, bem como outras lesões no atleta.
Assim, o ideal é ponderar seu uso, bem como fazer uma introdução gradual deste calçado nos treinos.
Com base nos estudos analisados, a porcentagem segura de uso dos tênis minimalistas é de 30%, ou seja, cerca de 1/3 dos treinos de corrida feitos durante a semana.
Além disso, o início do uso deste calçado deve ser gradual, respeitando uma fase de transição de cerca de 6 a 8 semanas.
A ideia é que, neste período, o atleta vá aumentando gradativamente o uso deste sapato até atingir 30% dos treinos da semana.
Ademais, será preciso também fazer alguns exercícios para fortalecimento e alongamento da musculatura para prevenir as lesões.
Vale destacar que foi observado que a performance do atleta aumenta nessas primeiras 6 semanas de adaptação, mas que depois de 20 a 26 semanas o ganho de performance se equipara ao atleta que fez treino de fortalecimento do foot core e correu com tênis não minimalista.
Então, inicialmente a pessoa irá observar uma melhora na performance e no gesto esportivo, mas que depois cessará.
Caso você corra e queira introduzir este calçado nos seus treinos, é recomendado que consulte um médico especialista para fazer a avaliação inicial avaliando os riscos inerentes do paciente e os riscos associados ao momento do treinamento que o paciente se encontra.
Dessa forma é possível fazer um preparo do paciente para evitar lesões caso haja a introdução do tênis minimalista.
Além disso, é essencial ter o acompanhamento de um preparador físico capacitado para adequar a carga de treino, ritmo de evolução e observação diária do treinamento.
Faça as pazes com seu pé!
Dr. Ivan acredita que atuar de forma profissional e estabelecer uma boa relação com o paciente são condições essenciais para promover um ambiente humano e favorável à melhoria das condições de saúde. Dedica-se com muito cuidado a realização de diagnósticos de modo a fazer a indicação adequada dos procedimentos necessários.
DR. IVAN GIAROLA
Médico Cirurgião, Ortopedista e Traumatologista Especialista em Pé e Tornozelo Formado pela USP.
CLÍNICA ATLAS
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